A escola pode ser a grande mediadora do conhecimento necessário à comunidade, para que ela possa construir realidades mais humanas para viver. Paulo Freire, afirma: “o conhecimento não é neutro. Ele possui uma função social”. Na perspectiva emancipadora, ele deve contribuir para compreender mais criticamente a realidade vivida, para, assim, compreendendo-a mais profundamente, termos condições de agir sobre ela, transformando-a para melhor. Nesse sentido, o ponto de partida do processo de construção de conhecimento será a prática social concreta e a realidade onde ela acontece. A partir da análise dessa prática e da realidade em que ela está inserida, vão sendo construídos novos níveis de compreensão sobre elas, entendendo sua complexidade histórica tanto em âmbito político e social quanto em âmbito econômico e cultural e buscando caminhos para a organização e a transformação social.
Visaram-se a formação do sujeito histórico, capaz de gerir a mudança e de ser promotora da democracia, da convivência com justiça social, da solidariedade e da sustentabilidade, a educação que é promovida na escola deveria ampliar sua atuação para muito além de atender as exigências do vestibular ou do mercado de trabalho – tal como é concebido e vivido no contexto da sociedade capitalista, calcado na dominação e na exploração. O papel da escola cidadã e democrática é criar condições para o bem viver Tenho direito de ser igual quando a diferença me inferioriza. Tenho direito de ser diferente quando a igualdade me descaracteriza. Boaventura de Souza Santos.
A relação pedagógica, na perspectiva da humanização, necessariamente, pressupõe a democracia. Relações autoritárias, fundamentadas no “eu penso, você executa; eu mando você cumpre; eu decido você se submete” nega, na relação pedagógica, a vivência daquilo que nos caracteriza como humanos: pensar, refletir, avaliar, projetar, propor, recriar, agir sobre a realidade, transformando-a e transformando a pessoa. A relação autoritária exclui e impede que todos sejam sujeitos do processo educativo. Então, pode se dizer que uma das razões que explicam a importância da democracia na escola é que não há relação verdadeiramente pedagógica estruturada em bases autoritárias. A democracia é condição para a existência da relação pedagógica. O presente texto traz em questão, o exercício da democracia e da cidadania na escola como condição para que todos possam ser sujeitos no processo educacional. Considerando que o discurso educacional é favorável à prática da democracia, quando se procura responder a uma série de questões levantadas pode se perceber quão a distancia que há de vivenciá-la em seus aspectos essenciais. O texto traz propostas que buscam contribuir sobre como educar para cidadania no contexto escolar.
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