A
religião cristã nasceu durante o Império Romano. Por séculos se expandiu,
conquistando poder e grande número de adeptos. Em 313 obteve do governo romano
o direito á liberdade de culto; em 391 foi transformada em religião oficial do
império. Entretanto, o poder da igreja só se consolidaria com a conversão dos
povos germânicos ao catolicismo. Com isso, a Igreja sobreviveria à desagregação
do Império Romano do Ocidente, ao mesmo tempo em que se transformava na mais
poderosa instituição de seu tempo.
Em
uma sociedade fragmentada, a Igreja católica garantia não só a unidade
religiosa, mas também a política e a cultural. Com o controle da fé, ela ditava
a forma de nascer, morrer, festejar, pensar, enfim, de todos os aspectos da
vida dos seres humanos no mundo medieval.
A
Igreja católica foi a instituição mais poderosa da idade Média. Numa época em
que a riqueza era medida pela quantidade de terras, a Igreja chegou a ser
proprietária de quase dois terços das terras da Europa ocidental. Era a grande
senhora feudal, participando das relações de suserana e vassalagem e
controlando a servidão dos camponeses. Até hoje, em diversas regiões da Europa,
podemos testemunhar o poder da Igreja católica no mundo medieval. As grandes
catedrais construídas nos séculos XII e XIII são um dos exemplos desse poder. No
início do século XVI, a mudança na mentalidade das sociedades européias
repercutiu também no campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa
medieval, foi duramente criticada.
A instituição católica estava em descompasso com as transformações de seu
tempo. Por exemplo, condenava o luxo excessivo e a usura. As graves críticas a Igreja já não permitiam
apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumularam-se de tal
maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma Protestante.
Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa. Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres.
Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras. Analisando o comportamento do clero, diversos cristãos passaram a condenar energicamente os abusos e as corrupções. O alto clero de Roma estimulava negócios envolvendo religião (venda de objetos sagrados), tais como espinhos falsos, que coroaram a fronte de Cristo, panos que teriam embebido o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos santos, etc.
Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências (o perdão dos pecados). Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a sua salvação.
No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objeto de críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais.
Esse mau comportamento do clero representava sério problema ético-religioso, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus. Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica. A Reação católica contra o avanço protestante
Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa. Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres.
Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras. Analisando o comportamento do clero, diversos cristãos passaram a condenar energicamente os abusos e as corrupções. O alto clero de Roma estimulava negócios envolvendo religião (venda de objetos sagrados), tais como espinhos falsos, que coroaram a fronte de Cristo, panos que teriam embebido o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos santos, etc.
Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências (o perdão dos pecados). Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a sua salvação.
No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objeto de críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais.
Esse mau comportamento do clero representava sério problema ético-religioso, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus. Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica. A Reação católica contra o avanço protestante
Diante
dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja católica foi
punir os rebeldes, na esperança de que as idéias reformistas não se propagassem
e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto,
não obteve bons resultados. O movimento protestante avançou pela Europa,
conquistando crescente número de seguidores.
Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das estruturas administrativas da Igreja católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590)
Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das estruturas administrativas da Igreja católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590)
Um conjunto de medidas forma adotadas pelos líderes da Contra-Reforma, tendo em
vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas, destacam-se a
aprovação da ordem dos jesuítas, a
convocação do Concílio de Trento e o
restabelecimento da Inquisição. No
ano de 1540, o papa Paulo III aprovou a criação da ordem dos jesuítas ou Companhia de
Jesus, fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, em 1534.
Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se os
"soldados da Igreja", cuja missão era combater a expansão do
protestantismo. O combate deveria ser travado com as armas do espírito, e para
isso Inácio de Loyola escreveu um livro básico, Os Exércitos
Espirituais, propondo a conversão das
pessoas ao catolicismo, mediante técnicas de contemplação.
A criação de escolas religiosas também foi um dos instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a catequese dos não-cristãos, com os jesuítas empenhando-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O Objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes.
A criação de escolas religiosas também foi um dos instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a catequese dos não-cristãos, com os jesuítas empenhando-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O Objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes.
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