Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2020

A saudade pode ser chamada de eterna.

Eu gostaria muito de poder dizer feliz ano novo, e de fato você tivesse mesmo um feliz ano novo. Mas, sei que não tenho o poder de transformar a vida das pessoas, não da forma que gostaríamos. Recebi muitas mensagem de fim de ano. Anotei cada mensagem, uma por uma, no final vi que faltou uma. Sinto muito. Por mais que o tempo passe tem coisas que continuam marcadas. A saudade pode ser chamada de eterna. As vezes somos egoístas, pensamos apenas em nossa dor, sem mensurar a dor do outro. Eu sei que não será fácil. Mesmo sentimental,  desejo que esse ano traga luz para nosso caminhar.

Como está você?

O ano de 2020 foi um dos anos mais difíceis que vivemos. Já vivi dias ruins, dores, grandes dores, dores do coração, dores por decepções, dores por frustrações, dores pela morte de meu paizinho (uma dor que ainda dói). Mesmo com o tempo sinto a dor, hoje amenizada pela graça divina. Porém 2020 tem sido implacável, verdadeiramente cruel. Ver pessoas que amamos sofrendo a dor da perda, dores de filhos, dores de esposas, dores de maridos, dores de pais, dores de amigos. Por causa dessas perdas perdemos também, perdemos os vivos. Eles se distanciaram, ficaram fora de alcance. Inacessíveis. Eu gostaria de saber como está você! Gostaria de ter notícias sua. A comunicação foi interrompida. A morte bloqueou. O ano novo está despontando e com ele a esperança de dias melhores. Que os dias sejam melhores, que sejam de fato melhores, que as noticias sejam boas. Precisamos de boas noticias, que a vida seja reorganizada. Eu? Sei lá! Eu estou aqui vivendo, as vezes sobrevivendo. Vou contando os dias,

Hoje olhei pela janela

Hoje o dia não foi fácil. Tem dias que são assim, eles parecem ser mais longos que outros. Pois, é. Hoje foi um dia daqueles. Quando eu era menino sempre ficava na janela para ver se aquela menina, a minha menina, iria passar. Quando ela passava com seu caminhar peculiar o coração acelerava, parecia que saltaria pela boca. Coisa de adolescente, coisa de menino. Hoje não sou nem de perto aquele menino, nem aquela janela é a mesma. Sobre a menina, por coisas do destino ela se foi para sempre. Falar em destino ele tem doses de ironia. Leva pessoas, traz pessoas, encaminha e as vezes descaminha, traz do norte, nos leva para o sul. Ele é o senhor da razão. Mesmo seguindo nosso caminho sempre esse enxerido destino atravessa nossa história. Sem explicação ele traz, e da mesma forma leva. O que resta é olhar pela janela e ver na sombra da expectativa de ver nem se for uma miragem. Hoje olhei pela janela mais de uma vez para ver a miragem. Mesmo no escuro da noite eu olhei pela janela.

Bloqueado...

  Uma morte não mata apenas a pessoa que deixa a existência, ela faz um estrago no plano humano. Faz um grande estrago no coração daqueles que estão em volta da pessoa que partiu. Atinge não os de perto, fere também aqueles que estão distantes. Atinge em níveis profundos. O pior de tudo é o silêncio. O seu silêncio é ensurdecedor. Dolorosamente ensurdecedor. Não ouvir a voz, não ler as mensagens, não ter notícias dói diariamente. Sabe? A morte bloqueia pessoas, ela bloqueia quem amamos. Ela bloqueia sem justificar. Ela me bloqueou.