Hoje o dia não foi fácil. Tem dias que são assim, eles parecem ser mais longos que outros. Pois, é. Hoje foi um dia daqueles. Quando eu era menino sempre ficava na janela para ver se aquela menina, a minha menina, iria passar. Quando ela passava com seu caminhar peculiar o coração acelerava, parecia que saltaria pela boca. Coisa de adolescente, coisa de menino. Hoje não sou nem de perto aquele menino, nem aquela janela é a mesma. Sobre a menina, por coisas do destino ela se foi para sempre. Falar em destino ele tem doses de ironia. Leva pessoas, traz pessoas, encaminha e as vezes descaminha, traz do norte, nos leva para o sul. Ele é o senhor da razão. Mesmo seguindo nosso caminho sempre esse enxerido destino atravessa nossa história. Sem explicação ele traz, e da mesma forma leva. O que resta é olhar pela janela e ver na sombra da expectativa de ver nem se for uma miragem. Hoje olhei pela janela mais de uma vez para ver a miragem. Mesmo no escuro da noite eu olhei pela janela.
Não diga isso, eu não quero ir. Não. É tão frustrante sair sem explicar. Não importa as razões. Ao passar pela porta, ela ficará para traz, ficará entre nós. Não será uma travessia fácil (para mim não será mesmo). Talvez não haja volta. Você acha que eu vou morrer? E se eu me perder, e se a morte aparecer? Ein? Se eu morrer? Se ... se. Desculpe, estou sem noção. Estou chorando, as lágrimas caem sem parar, como chuva contínua entre os soluços. Estou inconsolável. Eu posso sentir sua simpatia, vejo pena nos seus olhos. O que vou dizer? Estou como um louco, um andarilho errante em busca de um lugar para aquietar sua alma perturbada, em busca de resposta. Fico pensando se seria culpado? Se é punição que mereço? Se sou tão culpado assim? Diga você que é a razão personificada. Vai brigar pelo amor? Vai brigar pelo amar? Perguntas são sempre fáceis Respostas por vezes são difíceis. Sinto muito, sinto mesmo. Que posso dizer? O que posso fazer? Gostaria de saber. Carrego as marcas d...
Comentários
Postar um comentário