Era um menino com apenas cinco
anos quando ouviu do pai: se o irmãozinho
(a) que nascer for um menino, você irá para o seminário. Serás um sacerdote! Palavras
tem poder, palavras tem muito poder. Aquelas palavras entraram na alma daquele
menino. Nasceu uma irmãzinha, então ele não foi para o seminário como o pai
havia falado. Mas, as palavras essas acompanharam o menino. O tempo passou, as
aventuras, travessuras, os namorinhos da adolescência. As meninas, uma em
especial, ocuparam a mente o coração, mas, no silêncio das noites aquelas
palavras: você será um sacerdote sussurravam nos pensamentos dele. Quando adolescente
em uma capelinha daquele lugar tão especial para ele, ouviu no sermão do padre
Elmo a importância do sacerdócio, aquelas palavras mexeram extremamente com
ele. O que pesou foi o celibato, o sonho do seu pai era ter netos, para que o
sobrenome dele ficasse e era o único filho homem. Essa jornada o levou a
conhecer o cristianismo em uma roupagem um pouco diferente. Assim nasceu um
sacerdote. As palavras daquele pai, encaminhou o menino. O sacerdócio é sua
maior paixão. O poder da palavra de um pai. Pai que partiu dois meses antes do
menino receber a iniciação no ministério sagrado.
Sobre a morte de quem amamos o que mantém a fé da gente são todas as lembranças dos momentos que tivemos a oportunidade de viver junto com quem atravessou para o outro lado do caminho. Sobre a frase o outro lado do caminho é bem mais fácil falar quando não perdemos quem amamos, depois essa frase não faz muito sentido. Sobre a morte devemos pensar que recebemos pessoas que de certa forma não fazia mais parte de nossa vida, e sem mais nem menos a vida nos blinda com uma situação que demostra nossa importância na vida do outro. Deixar alguém que se importa com a gente estando ele vivendo é dar a essa pessoa estatus de morte.

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