Oi, como você está? Espero que esteja bem. Então, eu estou aqui, vou vivendo, lidando com muitas coisas, entre elas a dor. Dor que não é apenas minha, a dor que faz com que muitos vivam como seu abrigo. Não importa a idade, a religião, a raça, o gênero, ou a classe social, a dor é companheira. O sofrimento causado pela dor faz grandes estragos. Não sei como você está, na verdade não sabemos como o outro está, mesmo na mesma casa, ou em um mesmo ambiente, pois, os sentimentos, as emoções, o coração é um ambiente explorado apenas pelo próprio indivíduo. O coração é habitado apenas por quem permitimos, porém, por ele passa as dores da saudade, da solidão, do abandono, da perda, da morte. Nesses últimos meses as dores têm se multiplicado. O que alivia as feridas da dor, são as lembranças. Lembranças de um tempo de sorrisos, das histórias, da infância, do tempo de meninos, dos passeios, das brigas por futilidades. Essas lembranças distraem e disfarçam a dor. Continuo por aqui com meus textos, uma fuga para enganar a dor.
Sobre a morte de quem amamos o que mantém a fé da gente são todas as lembranças dos momentos que tivemos a oportunidade de viver junto com quem atravessou para o outro lado do caminho. Sobre a frase o outro lado do caminho é bem mais fácil falar quando não perdemos quem amamos, depois essa frase não faz muito sentido. Sobre a morte devemos pensar que recebemos pessoas que de certa forma não fazia mais parte de nossa vida, e sem mais nem menos a vida nos blinda com uma situação que demostra nossa importância na vida do outro. Deixar alguém que se importa com a gente estando ele vivendo é dar a essa pessoa estatus de morte.

Comentários
Postar um comentário