Cada um dá o que tem. Essa é uma
verdade. Quase inquestionável. Na verdade muitas vezes queremos dar muitas
coisas que não conseguimos, ou não podemos. Você já percebeu as coisas que
prometemos dar. Muitos de nós quando apaixonados, prometemos dar a lua, as
estrelas, pegar com um balde às ondas do mar, prometemos arrancar nosso
coração. Prometemos escalar montanha, atravessar oceanos, enfrentar exércitos.
Quando na verdade não conseguimos nem encontrar palavras para definir o que desejamos,
ou expressar o que pensamos. Ao analisar o fundo de minha existência percebi que
há em mim uma pobreza, porque não, uma miséria. Não ter o que oferecer além de presentes,
coisas que se pode comprar com dinheiro, ou alguma coisa que me custa esforço físico.
Que direito alguém tem de dar o que não pode, deixar em outro a expectativa que
não pode ser preenchida. Quando algo assim acontece o caminho é pensar: o que
eu posso dar? O Que? Meu respeito? Minha admiração? Meu carinho? Minha amizade?
Algo mais, além disso? Cada um dá o que têm, o contrario disso é uma ilusão,
mesmo sem ser premeditado, ou desejado, um caminho para o sofrimento. Ir em
direção à dor. O que podes dar? Se puder dar o respeito que seja ele com
intensidade. Se o que tens é a admiração, se for o que pode oferecer não
economize. Se for carinho a amizade seja o melhor amigo que alguém poderia ter
no mundo. O que passar disso, a probabilidade de decepção e interrupção da
beleza que traçou caminhos paralelos colocará uma encruzilhada que não deixará
um tchau, mas provavelmente um indesejado adeus. A sinceridade trará a manutenção da companhia daqueles que como benção divina foram colocados ao curso de nosso caminho na vida.
Não diga isso, eu não quero ir. Não. É tão frustrante sair sem explicar. Não importa as razões. Ao passar pela porta, ela ficará para traz, ficará entre nós. Não será uma travessia fácil (para mim não será mesmo). Talvez não haja volta. Você acha que eu vou morrer? E se eu me perder, e se a morte aparecer? Ein? Se eu morrer? Se ... se. Desculpe, estou sem noção. Estou chorando, as lágrimas caem sem parar, como chuva contínua entre os soluços. Estou inconsolável. Eu posso sentir sua simpatia, vejo pena nos seus olhos. O que vou dizer? Estou como um louco, um andarilho errante em busca de um lugar para aquietar sua alma perturbada, em busca de resposta. Fico pensando se seria culpado? Se é punição que mereço? Se sou tão culpado assim? Diga você que é a razão personificada. Vai brigar pelo amor? Vai brigar pelo amar? Perguntas são sempre fáceis Respostas por vezes são difíceis. Sinto muito, sinto mesmo. Que posso dizer? O que posso fazer? Gostaria de saber. Carrego as marcas d...
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