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Somos interesseiros.


As histórias da vida muitas vezes são dramáticas e sensibilizarão as pessoas. O que é natural por se tratar de uma situação de dor, ou perda, tragédias, ou mesmo catástrofes. Mas, um fato curioso é que nem sempre os dramas da vida têm os mesmos impactos na vida de pessoas que estão em nossa volta. Aqueles que fazem parte de nosso convívio diário. Uma mesma história pode ter ou causar reações diferentes, pelos mais diversos motivos. Não pretendo propor dosimetrias entre casos e casos, apenas pontuar o quanto somos levados pelos nossos interesses pessoais. O luto só é sentido quando é em nossa casa, o luto na casa do outro mesmo que esse seja próximo a nós, não provoca a sensibilidade necessária. Quando falamos de crise financeira, ela só será real se sentirmos em nosso bolso, o fato de pessoas ligadas ao ciclo social que vivemos estarem com problemas de ordem financeira é bem capaz de nem termos esse conhecimento. As pessoas más, só serão más quando nos ferirem. Quando outros são feridos, por elas, provavelmente mereceram viver aquilo. Ou seja, somos interesseiros. Gostaria que os nossos interesses fossem nobres, mas eles não são. Definitivamente, agimos de acordo com nossos padrões que, muitas vezes não levamos em consideração os outros. Por esses motivos choramos a morte de alguém e nos silenciamos diante da morte de outro. Condenamos um regime politico e apoiamos o outro. Aceitamos veladamente sofrimento e até morte de alguns e colocamos a boca no trombone em outros casos. O aluno que leva uma maçã para professora, com a finalidade de ter uma melhor nota. O elogio com o fim de receber um mimo especial. Somos interesseiros. Poderíamos mudar isso, tendo em nós a compreensão de que somos seres iguais, não apenas na constituição de nosso país, mas, iguais compostos da mesma essência. 

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