Como
qualquer homem, sou eu. Um cara assustado. Mantendo dentro si as memórias. Portanto, como toda memória há lembranças que são difíceis, duríssimas, indigestas. Esse é o motivo de estar engolindo cada palavra. Palavras duras, complicadas, difíceis de dizer. Lágrimas são inevitáveis, elas denotam emoções. Quando aflorada elas caem, como cachoeira precipitam sem controle, inevitável o rolar pelo rosto. Estou longe, longe do lugar que deixou arruinado o castelo que lentamente construía, sonhos que me prendiam. Quando busco nas estrelas a beleza que afaga os olhos, percebo o céu pesado, cinzento, carregado. O coração está parecendo com a imagem desse céu. Sabe por que as flores morrem? Então. Quando ouço a voz, quando ouço o nome, uma viagem, o tempo, a história. Cada vez, cada vez. A imagem é um fogo queimando, é um incêndio que
queima sem queimar. Consome sem deixar cinzas. A vida é dom. Viver, é mais que sobreviver. Viver é um flutuar pelo tempo ocupando um espaço, o nosso espaço. Caminhar em frente, sem a pretensão de voltar ao ponto de onde saímos. A vida não volta, não retrocede. Seria bom voltar, talvez seria. Memórias é pensar na falta, no adeus. Pensar na falta do adeus. Nunca se ouviu o adeus por falta de jeito, por
falta de tempo, por desinteresse. O céu está pesado, o céu está cinzento. Não sei por que, não mesmo. As flores morrem, deixando desamparadas as borboletas, as abelhas sem mel, o beija flor sem motivos para plainar, o perfume que alegra o olfato, o romântico que depende delas. Por
que as flores morrem? São tantos os porquês? Tenho algumas respostas desses porquês, mas, não posso responder, agora, pois, meu céu... meu céu está pesado, o céu está negro, cinzento. Não sei o seu.
Não diga isso, eu não quero ir. Não. É tão frustrante sair sem explicar. Não importa as razões. Ao passar pela porta, ela ficará para traz, ficará entre nós. Não será uma travessia fácil (para mim não será mesmo). Talvez não haja volta. Você acha que eu vou morrer? E se eu me perder, e se a morte aparecer? Ein? Se eu morrer? Se ... se. Desculpe, estou sem noção. Estou chorando, as lágrimas caem sem parar, como chuva contínua entre os soluços. Estou inconsolável. Eu posso sentir sua simpatia, vejo pena nos seus olhos. O que vou dizer? Estou como um louco, um andarilho errante em busca de um lugar para aquietar sua alma perturbada, em busca de resposta. Fico pensando se seria culpado? Se é punição que mereço? Se sou tão culpado assim? Diga você que é a razão personificada. Vai brigar pelo amor? Vai brigar pelo amar? Perguntas são sempre fáceis Respostas por vezes são difíceis. Sinto muito, sinto mesmo. Que posso dizer? O que posso fazer? Gostaria de saber. Carrego as marcas d...
Comentários
Postar um comentário